Ex-membro da seita está reunindo assinaturas para banir Testemunhas de Jeová
A seita conhecida como Testemunhas de Jeová está correndo risco em Portugal. Depois de serem banidas da Russia, o grupo agora enfrenta problemas no país europeu.
De acordo com o jornal português “DN”, um ex-membro da seita está reunindo assinaturas para levar à Assembleia da República e à Comissão da Liberdade Religiosa um pedido para a “imediata extinção” da Associação das Testemunhas de Jeová (nome pelo qual a seita é conhecida em Portugal) e o “cancelamento imediato do seu assento no registo de pessoas coletivas religiosas”. O principal motivo da petição seria coibir uma prática chamada de “desassociação” em que membros da seita cortam totalmente os laços com quem abandona o grupo, criando um ambiente de discriminação entre familiares.
De acordo com Ricardo Pimentel, autor da petição e ex-testemunha, a seita exerce um papel negativo na sociedade pois há “uma institucionalização do ódio” com aqueles que abandonam o grupo. “Pregam o ódio à pessoa que saiu. Queremos que este tipo de discriminação pare”, justificou, contando como familiares cortam vínculos permanentemente com pessoas que se afastam da seita.

Pimentel ainda afirmou que entre as Testemunhas de Jeová há um ambiente de opressão com quem descorda com qualquer ponto da doutrina deles. “Se alguém tem um pensamento dissonante, as antenas todas ficam logo no ar”, contou. Há um ambiente opressivo, “em que cada um delata o outro”. “No meu caso foi a minha própria esposa que me entregou. É o poder da doutrinação, que leva a que pais entreguem filhos, filhos e pais, maridos e mulheres…” É contra isto que promove a petição.
O autor da petição explicou ao jornal “DN” que “não se pode pedir o banimento de uma religião nem é esse o seu propósito”. “Acredito na liberdade religiosa, não sou crente, deixei de o ser”, justificou-se. “Aquilo que está sendo pedido é “o cancelamento da inscrição por via judicial das Testemunhas de Jeová como associação religiosa”, “sem prejuízo da liberdade individual de religião e de culto e de reunião constitucionalmente garantidas aos aderentes desta comunidade religiosa”.
Ricardo Pimentel disse ao “DN” que não sabe se o Parlamento admitirá a sua petição, como aconteceu com outra, em janeiro, em que se pedia para “libertar as pessoas que vivem oprimidas numa seita”. Esta nova petição passará pelo mesmo crivo, sendo avaliada sobre se é admissível ou não. A petição recolheu até ontem perto de 500 assinaturas (precisa de mil para os peticionantes serem ouvidos e mais de quatro mil para subir a plenário).
O que dizem as Testemunhas de Jeová
Sobre estas práticas, as Testemunhas de Jeová afirmaram ao jornal português que não expulsa “automaticamente alguém que cometeu um pecado grave”. No entanto, se uma pessoa “passa a ter o costume de violar o código de moral da Bíblia e não se arrepende é desassociada, ou evitada. Afirmaram que a Bíblia diz claramente: “Removei o homem iníquo de entre vós””.
As Testemunhas de Jeová afirmaram ainda que “a decisão de desassociar o transgressor é muito severa ou até desamorosa, principalmente se formos chegados a ele. Mas a Palavra de Jeová nos dá motivos convincentes para crer que essa decisão, na realidade, é amorosa”.
Com informações do DN.
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